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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Técnica do perdir emprestado (6ª no Ranking)

A técnica do pedir emprestado talvez seja a mais inofensiva de todas as desgraças pedagógicas do Ranking. Não obstante, pode ser a mais "complicadinha" de explicar.

Primeiro vou lembras aos senhores e às senhoras o que é a "técnica do pedir emprestado".

1 - Antigamente, fazíamos uma "conta" de subtrair do seguinte modo: por exemplo, "21 - 19". Armava-se a conta e procedíamos: "nove para um? Não pode, então: nove para onze? "2", vai "1". E seguíamos, "1" mais "1" igual a "2". Dois para dois, zero. Resposta: dois. Vinte e um menos dezenove é igual a dois. Tudo feito, na prática, mentalmente.

2 - Na "técnica do pedir emprestado" age-se do seguinte modo com a mesma "conta": nove para um, não pode. Pede-se emprestado um do dois (riscando o "2", e aí - no ato de riscar - é que mora o perigo), transformando o "2" em um "1".  O "1" que foi pedido emprestado, vira "10" e é somado ao "1"do 21, perfazendo "11". Assim, nove para "11", "2". E a "conta" continua. "1" para "1" (aquele que era "2" antes de ser riscado), zero. resposta "2".

O leitor atento percebeu o núcleo do problema. A "conta" fica toda riscada. Esta prática ocasiona dois propblemas sérios,
O primeiro: como poderemos conferir a "conta" se ela está toda riscada?
O segundo problema é ainda mais grave e refere-se ao desenvolvimento cognitivo do aluno: ele fica irremediavelmente preso ao estágio operacional concreto (Piaget) (manipulando e riscando, guardando reserva) e não evolui para o estágio das operações formais.
Esta técnica ficou na 6ª posição no Ranking porque se o aluno, mesmo usando-a, não rabiscar, ela perderá sua capacidade de prejudicar.

Um comentário:

  1. Excelente análise. Tal procedimento retarda a transição do operacional concreto para o pensamento formal, próprio para esta faixa de idade. Essa situação se refletirá porteriormente, por exemplo, quando o aluno for trabalhar com divisão. No momento em que ele for aprender a operação de divisão ele terá dificuldade em estimar o quociente adequado para a operação.

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