Princípios não se "exercem", são vividos em consciência, sempre |
Quase sempre as pessoas confundem os princípios dionisíaco e apolíneo com meras polaridades.
Ora, as polaridades nascem, exatamente, a partir da quebra da harmonia entre os princípios ancestrais.
As polaridades nascem ou se firmam, para Nietzsche, com o advento da filosofia socrática.
Surgem para Wilber com a chamada ruptura "européia" - no mundo pós mítico, com o desencanto do mundo, com a substituição do Kosmos vivo pelo Cosmos - morto - físico.
O ponto essencial é que o ser humano perdeu a integridade há séculos.
Daquele ponto em diante, viveu perdido como barata tonta, entre polaridades: ora Vadinho; ora Teodoro.
Dona Flor consegue resgatá-los; mas - perdoe-me Jorge Amado - o faz esquizofrenicamente, alucinatoriamente.
Pois enquanto Teodoro é real; Vadinho é um espectro desencarnado.
Nietzsche nos incita a resgatar a unidade harmônica dos princípios fundamentais.
Mais quer que o façamos aqui - na realidade - na nossa existência de cada dia.
É insano ser Apolo (Teodoro) a "semana inteira" - como disse Tim Maia - e ser Vadinho (Dionísio) no final de semana.
Isto não é exercer nada.
É, apenas, ser possuído ora por Vadinho; ora por Teodoro.
Tal qual a pobre dona Flor.
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