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sábado, 13 de agosto de 2011

A Distinção Básica

 
A idéia para escrever este post nasceu enquanto lia Richard Dawkins (um evolucionista-materialista, neo-ateu).
Como neo-religioso, não enxerguei incongruências entre o que penso e o que pensa Dawkins.

Pois vejam: Dawkins em seu livro Deus, um delírio começa com uma DISTINÇÃO BÁSICA entre o que ele chama de religião einsteiniana e religião convencional.
E explicita que os seus ataques serão dirigidos exclusivamente à religião convencional, pois a religião einsteineana é - nos seus próprios termos - respeitável.
Ora, Dawkins está - precisamente e provavelmente sem o saber - distinguindo a religião exotérica da esotérica.
É necessário, em vista dos distúrbios globais da atualidade e do avanço do consumo de drogas, distinguir claramente RELIGIÃO EXOTÉRICA e RELIGIÃO ESOTÉRICA.

(Digo isto porque a epidemia de consumo de drogas está ligada à falência da religião exotérica. Mas isso é tema para um outro post).

Religião exotérica é, a grosso modo, a religião popular, meramente ritualística, simplória, supersticiosa, adotada por mentes infantis e originada exclusivamente do medo. Ela é pré-racional e claramente dogmática, egótica e compulsiva.

Religião esotérica é, a grosso modo, a religião de círculos mais restritos, que nasce do angst da perda de unidade com o Universo e como metáfora perante o mistério da existência. É transracional e fundamenta-se numa concepção de realidade composta de vários níveis. Nasce da experiência, é transegóica e percebe o fenômeno humano como algo transitório.

Deste modo, quando alguém fala sobre o tema "religião" é preciso saber - para começo de conversa - de que tipo de religião ele está falando. Dawkins o diz, claramente.

Se o foco da religião falada for o "eu", certamente seu interlocutor estará falando de religião exotérica.
Na religião esotérica o objetivo sempre será a transcendência do "eu".

Dawkins evidencia, como Nietzsche já tinha feito há cem anos, a falência da religião exotérica.

Pena que não disseram o que colocar em seu lugar...





2 comentários:

  1. Muito bom o texto. Acho que Eckhart Tolle, Deepac e outros estão tentando colocar algo no lugar do exoterismo.

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  2. Exatamente Roldão. E pensei, no que você falou em seu comentário, todo o tempo em que escrevia este post.
    Eckart Tolle, Deepak Chopra, Ken Wilber, Huberto Rohden, Pierre Weil e tantos outros heróis contemporâneos tentam substituir o exoterismo falido.
    Mas o problema do vácuo - deixado pelo exoterismo - persiste.

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