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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sociedade dos zumbis mortos


Tenho falado sobre a importância do comportamento criativo e da sua identidade com o vivo.
Quando apenas re-agimos, mecanicamente, como zumbis, não existimos; não estamos-no-mundo, de fato.
Para se estar-no-mundo é necessária a liberdade expressiva e criativa que transcende o mecânico, o compulsivo.
Para agirmos criativamente, precisamos estar alertas.
Entretanto, existem dois modos de se estar alerta.
O primeiro modo é o de um "estar alerta saudável"; refere-se a uma atenção focada como a de Bruce Lee.
O segundo modo é o de um "estar alerta insano"; um estado de atenção disperso, um estar-em-pânico.
Hoje, nosso cotidiano se desenrola nesse alerta patológico. Estamos em guarda o tempo todo, seja por nós mesmos, por nossos filhos, por familiares, por amigos...
Hoje vivemos, necessariamente, num ambiente gerador de ansiedade.
A ansiedade é a mãe da compulsão e a avó do consumismo.
Estamos mecanizados pelo terror, criativamente mortos e compulsivamente ativos.
Mas o que sustenta e aprofunda esse quadro dantesco?
Em outras palavras: porque os ESTADOS POLÍTICOS sustentam este inferno?
A resposta a esta questão é surpreendentemente simples: porque tais ESTADOS POLÍTICOS são sustentados por este inferno compulsivo - mais conhecido como PODER ECONÔMICO.
O homem criou um tipo de sociedade que se funda no consumo do supérfluo.
A sobrevivência desta sociedade depende da existência de zumbis, muitos zumbis. Consumindo, consumindo...

Um comentário:

  1. Somos as "baterias" que sustentam o "estilo de vida" de poucos.

    O que seriam dos ricos se não fossem sustentados pelos pobres.

    Em um mundo em que coexistem "Dubais" e "Áfricas", só não vê o que está errado quem não quer.

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