Blog em que Rildo Oliveira comenta e ilustra temas de interesse permanente, as últimas notícias e os fatos do cotidiano.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Visão Integral
É necessário considerar a cada instante: minha interioridadade, minhas sensações e percepções imediatas, meus relacionamentos, a sociedade em que estou inserido.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
2012
Pensei em deixar uma mensagem para meus leitores, em razão do Ano Novo que se aproxima.
Algo realista e ao mesmo tempo "esperançoso" - como nos ensinou Ariano Suassuna.
Encontrei algo nesse estilo.
O texto é parte do posfácio do livro A Prática de Vida Integral de Ken Wilber, Terry Patten, Adam Leonard e Marco Morelli. Publicado pela editora Cultrix.
Ei-lo, ligeiramente adaptado:
Você só Pode Jogar com as Cartas que Recebe
Às vezes, a vida é comparada a um jogo de cartas. Cada indivíduo segura na mão um jogo único. A nossa única opção é aceitar as cartas que recebemos e jogar com elas da melhor maneira possível.
Para isso, temos que perdoar as cartas ruins que recebemos. Podemos desejar cartas diferentes, mas se recebemos um pai irresponsável, acne, um legado familiar de vergonha e alienação, uma voz esganiçada ou uma tendência a engordar, é assim que é.
Podemos ter recebido também cartas especialmente difíceis que afetam grande grupos de pessoas - ter nascido num grupo minoritário perseguido ou numa época ou lugar afetado por guerra, doença, pobreza, opressão política ou étnica, ou poluição ambiental. Essas cartas não são as únicas do nosso jogo mas, no entanto, podem moldar as nossas opções. Mesmo assim, afetam o jogo de cada pessoa de maneira única. Apresentam também desafios (e oportunidades) complexos para a criatividade e a escolha individual.
Seja como for - se não aceitarmos todas as cartas que temos na mão, não poderemos fazer o nosso melhor jogo. Seremos prejudicados por culpa, ressentimento ou aversão a nós mesmos.
O mais importante não é receber cartas melhores, mas jogar as cartas que recebemos com o máximo possível de inteligência e criatividade.
As pessoas que nascem com deficiências às vezes enfrentam suas possibilidades reduzidas com uma coragem, um espírito e uma criatividade que encanta a todos os que entram em contato com elas. As pessoas que nascem com beleza, fortuna e fama fazem às vezes um mau uso de suas vantagens, diminuindo-se e diminuindo os que estão à sua volta.
O primeiro passo é perdoar as cartas que você tem nas mãos.
Abra o coração para as idiossincrasias estranhas, nobres, trágicas, cômicas e humanas que se manifestam como você. Esteja disposto a viver a vida que lhe foi dada. À medida que essa aceitação se enraíza, você pode aproveitar autenticamente a oportunidade única e perfeita do seu nascimento.
sábado, 17 de dezembro de 2011
A Verdadeira Face do Natal
Um
Conto de Natal (A Christmas Carol), do britânico Charles Dickens
(1812-1870), está, certamente, entre as histórias mais difundidas da
literatura ocidental. O enredo nos traz a figura de Scrooge, um
rabugento homem de negócios de Londres, sovina e solitário, que não
demonstra um pingo de bons sentimentos e compaixão para com os outros.
Não deixa que ninguém rompa sua carapaça e preocupa-se apenas com seus
lucros. No frio natalino, ele é visitado pelo fantasma de Marley, seu
sócio, morto há algum tempo. Esta visita muda a sua vida.
A história foi escrita entre outubro e
novembro de 1843 para ser publicada em capítulos no jornal, com
ilustrações de John Leech, em dezembro do mesmo ano. O enredo é familiar
a todos: foi filmado várias vezes, televisionado, adaptado para o
teatro, transformado em desenho animado e até em histórias em
quadrinhos. Até mesmo a figura de Scrooge teve descendentes, já que o
nome original do Tio Patinhas, personagem de Walt Disney, é Uncle
Scrooge.
Olhando para os nossos natais contemporâneos, fico a pensar se não são estes - quase - puramente scroogeanos.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Pais & Filhos: Limites
Os conflitos
entre gerações são anteriores aos mais primitivos hominídeos.
Mesmo assim, tais conflitos apresentam características únicas, próprias de cada geração, pois cada uma delas reflete, em grande medida, o seu tempo, o seu locus, a sua condição social etc.
Este artigo pretende tecer algumas considerações sobre duas gerações específicas: a Geração 1990 e a Geração 2000. Observe-se, antes de tudo, que as distinções relativas, por exemplo, a locus e a condição social tendem a homogeinizar-se com o advento da Internet e da globalização.
Geração 1990
Sob essa denominação, refiro-me às pessoas que hoje (outubro de 2011) estão com idade entre 14 a 21 anos. Tal geração será representada por dois personagens fictícios: Adler (16 anos) e Margareth (17 anos)
Geração 2000
A geração 2000 corresponde, hoje, aos pré-adolescentes. Representadas pelos personagens Gustav (11 anos) e Nise (10 anos).
A bem da didática comecemos pela Geração 2000.
Os pré-adolescentes de hoje
Gustav e Nise são, antes de tudo, consumistas. Nasceram em tempos de TV por assinatura, Internet etc. Vivem em uma redoma, "protegidos" da violência absurda das ruas. Seus pés nunca, ou muito raramente, tocaram um chão de barro. Suas rotinas são semelhantes: escola, Kumon, esporte, casa. À noite: TV e Internet. Vivem numa velocidade se quer imaginada pelas gerações passadas. Nem tiveram tempo de aprender a lidar com a frustração; nem os pais tiveram tempo de ensinar. Quem os educa? A TV, a Internet, os colegas. Os pais, ocupados em seus projetos pessoais, se penitenciam presenteando-lhes com o tênis da moda ou a bolsa da menina de Malhação. Eles são os poderosos. Não têm limites.
Todos artigos que li sobre a questão dos limites e dos conflitos de geração passam a largo de uma questão que julgo essencial: nossa sociedade fundamentada no consumo do supérfluo abomina o estabelecimento de limites. O "satisfeito" consome muito pouco; pois que se criem necessidades. Então: a abolição de limites, o enfraquecimento da hierarquia famíliar interessa às grandes empresas, à grande imprensa. E são estes que financiam o próprio Estado. São estes que geram a Cultura.
Gustav ama tênis. Tem dezenas de pares: com cheiro, com luz, com amortecedor... Ama também celulares, tablets, netbooks... Passou de ano?! então tem de ir para Disney. Por quê? Porque todo mundo vai.
Nise tem um quarto rosa. Com TV por assinatura em HD, com computador, máquina digital. Um mini apartamento completo. E já começou a preparar a sua festa de quinze anos: se não for um evento tipo Caras, será uma decepção que a marcará pelo resto da vida.
A Roda da Fortuna girando, enriquecendo ainda mais os grandes empresários e quebrando de vez os pais, além de, o que é pior, gerar parasitas, treinados para sê-los desde a mais tenra idade.
Mesmo assim, tais conflitos apresentam características únicas, próprias de cada geração, pois cada uma delas reflete, em grande medida, o seu tempo, o seu locus, a sua condição social etc.
Este artigo pretende tecer algumas considerações sobre duas gerações específicas: a Geração 1990 e a Geração 2000. Observe-se, antes de tudo, que as distinções relativas, por exemplo, a locus e a condição social tendem a homogeinizar-se com o advento da Internet e da globalização.
Geração 1990
Sob essa denominação, refiro-me às pessoas que hoje (outubro de 2011) estão com idade entre 14 a 21 anos. Tal geração será representada por dois personagens fictícios: Adler (16 anos) e Margareth (17 anos)
Geração 2000
A geração 2000 corresponde, hoje, aos pré-adolescentes. Representadas pelos personagens Gustav (11 anos) e Nise (10 anos).
A bem da didática comecemos pela Geração 2000.
Os pré-adolescentes de hoje
Gustav e Nise são, antes de tudo, consumistas. Nasceram em tempos de TV por assinatura, Internet etc. Vivem em uma redoma, "protegidos" da violência absurda das ruas. Seus pés nunca, ou muito raramente, tocaram um chão de barro. Suas rotinas são semelhantes: escola, Kumon, esporte, casa. À noite: TV e Internet. Vivem numa velocidade se quer imaginada pelas gerações passadas. Nem tiveram tempo de aprender a lidar com a frustração; nem os pais tiveram tempo de ensinar. Quem os educa? A TV, a Internet, os colegas. Os pais, ocupados em seus projetos pessoais, se penitenciam presenteando-lhes com o tênis da moda ou a bolsa da menina de Malhação. Eles são os poderosos. Não têm limites.
Todos artigos que li sobre a questão dos limites e dos conflitos de geração passam a largo de uma questão que julgo essencial: nossa sociedade fundamentada no consumo do supérfluo abomina o estabelecimento de limites. O "satisfeito" consome muito pouco; pois que se criem necessidades. Então: a abolição de limites, o enfraquecimento da hierarquia famíliar interessa às grandes empresas, à grande imprensa. E são estes que financiam o próprio Estado. São estes que geram a Cultura.
Gustav ama tênis. Tem dezenas de pares: com cheiro, com luz, com amortecedor... Ama também celulares, tablets, netbooks... Passou de ano?! então tem de ir para Disney. Por quê? Porque todo mundo vai.
Nise tem um quarto rosa. Com TV por assinatura em HD, com computador, máquina digital. Um mini apartamento completo. E já começou a preparar a sua festa de quinze anos: se não for um evento tipo Caras, será uma decepção que a marcará pelo resto da vida.
A Roda da Fortuna girando, enriquecendo ainda mais os grandes empresários e quebrando de vez os pais, além de, o que é pior, gerar parasitas, treinados para sê-los desde a mais tenra idade.
Os
adolescentes de hoje
Nasci em 1963 e aprendi que a vida se desdobrava nesta ordem: criança (0 a 10), adolescente (11 a 17) e adulto (18 a 60). De sessenta por diante, seríamos idosos. Com o aumento da expectativa de vida - e por outros motivos menos nobres, a adolescência foi esticada até, ninguém sabe, quando. Atualmente, homens e mulheres de trinta anos se comportam como adolescentes: fazendo birra, esperneando e achando que os pais têm que lhes sustentar "de um tudo" - como diria Aluísio de Azevedo. Numa palavra: falta-lhes autonomia.
Cada dia que passa, os adolescentes mais se despersonalizam. Agem sob um modelo pronto, disseminado via Internet.
Margareth acorda as dez horas da manhã - para ela é chic ser uma lesma - levanta-se e vai direto ao computador. Comer? para quê? É chic ser magra. No computador: MSN, Facebook, MSN, Facebook, MSN, Facebook... Nada de exercícios... muita coca-cola. Apesar da magreza, triglicerídios: 290, colesterol: 200... O que importa é saber da vida (vida?) das celebridades. Com quem a Naninha foi vista na balada? Quantos supapos o Dado deu na Carol? Qual foi a última fotografia indiscreta tirada pelo paparazzi... A propósito, dizem que, antes de nascer, Deus pergunta à pobre alma: você quer nascer gente ou paparazzi?
Adler, por sua vez, está pirateando softwares e filmes na net. Depois, jogar um gamezinho, que ninguém é de ferro. Vive como se a adolescência fosse eterna; como se os pais mantenedores fossem eternos. Ler? É coisa de velho ultrapassado. É bastante, perguntar ao Google.
Nasci em 1963 e aprendi que a vida se desdobrava nesta ordem: criança (0 a 10), adolescente (11 a 17) e adulto (18 a 60). De sessenta por diante, seríamos idosos. Com o aumento da expectativa de vida - e por outros motivos menos nobres, a adolescência foi esticada até, ninguém sabe, quando. Atualmente, homens e mulheres de trinta anos se comportam como adolescentes: fazendo birra, esperneando e achando que os pais têm que lhes sustentar "de um tudo" - como diria Aluísio de Azevedo. Numa palavra: falta-lhes autonomia.
Cada dia que passa, os adolescentes mais se despersonalizam. Agem sob um modelo pronto, disseminado via Internet.
Margareth acorda as dez horas da manhã - para ela é chic ser uma lesma - levanta-se e vai direto ao computador. Comer? para quê? É chic ser magra. No computador: MSN, Facebook, MSN, Facebook, MSN, Facebook... Nada de exercícios... muita coca-cola. Apesar da magreza, triglicerídios: 290, colesterol: 200... O que importa é saber da vida (vida?) das celebridades. Com quem a Naninha foi vista na balada? Quantos supapos o Dado deu na Carol? Qual foi a última fotografia indiscreta tirada pelo paparazzi... A propósito, dizem que, antes de nascer, Deus pergunta à pobre alma: você quer nascer gente ou paparazzi?
Adler, por sua vez, está pirateando softwares e filmes na net. Depois, jogar um gamezinho, que ninguém é de ferro. Vive como se a adolescência fosse eterna; como se os pais mantenedores fossem eternos. Ler? É coisa de velho ultrapassado. É bastante, perguntar ao Google.
Sobre
Limites
Os teóricos da psicologia são prodigiosos em suas capacidades de discordar.
Não obstante, há uma ampla concordância entre eles de que ao nascer o bebê vive um clima afetivo de onipotência pré-pessoal. Neste ponto, concordariam Freud, Piaget, Jung, Reich, Koestler, Wilber.
E concordariam também que desenvolvimento implica a idéia de se sair de um estágio mais egocentrado para um estágio mais inclusivo e, portanto, menos egocentrado.
Um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento humano é o reconhecimento de que não somos o centro do Universo, que existe o outro. Que existe a alteridade. Que existem limites à minha pretensão.
O desenvolvimento humano se dá na interação social. O bebê - psicologicamente - não nasce humano, se faz humano no convívio social: os meninos-lobos são uma prova eloquente desta afirmação.
Quando o bebê morde o seio da mãe e a mãe reage, retirando o seio, ela está estabelecendo um limite.
Ela está, neste ato, propiciando ao bebê uma oportunidade para que ele saia de seu sono pleromático e comece sua jornada rumo ao desenvolvimento.
Estabelecer limites é uma obrigação dos pais ou responsáveis, para que o bebê, a criança e o jovem possam tornar-se pessoa.
Na Prática
1. Limites são regras ou normas de conduta que devem ser passadas para a criança desde a mais tenra idade.
2. Visam mostrar o que se pode e o que não se pode fazer. Ensinam, também, que devemos respeitar o outro, facilitando a socialização.
3. O estabelecimento de limites cabe - principalmente - aos pais, familiares e professores. É importante que a pessoa que apresenta os limites esteja bem consigo mesma - Rogers diz: que esteja em um "acordo interno" - na hora da ação educativa.
4. Se um limite estabelecido amorosa e claramente não é respeitado, é importante que exista uma punição proporcional à gravidade do ato cometido pelo educando. Exemplos de punições: não ir a um passeio que ela gosta, ficar um dia sem TV ou computador. Nada de agressão física ou moral.
5. É importante esclarecer a distinção entre o "estabelecimento de limites" e a "repressão". O primeiro se impõe através da punição; o segundo através da culpa. O primeiro age sobre os atos; o segundo sobre a pessoa. A pessoa não deve se sentir culpada pelos seus atos, mas responsável por eles. O limites são saudáveis porque estão focados nos atos e não, desvalorizando a pessoa.
6. A ausência, excesso ou rigidez de limites não ajudam. O educando precisa de parâmetros. Ser assertivo é de fundamental importância.
7. Não coloque limites conforme seus desejos pessoais.
8. Demonstre que você e os demais adultos também têm limites a respeitar.
9. Diga qual punição a ser dada para cada limite ultrapassado e não deixe de executá-la.
10. Estabeleça punições brandas para atitudes brandas e punições menos brandas para atitudes mais graves.
11. Deixe claro que a punição é pelo ato e não pela pessoa.
12. Justifique os motivos do limite. "Não faça isso porque não quero ou não gosto" não é justificativa.
13. Repita quantas vezes for necessário.
14. Use sua autoridade sem provocar submissão, mal estar ou constrangimento.
15. Use da afetividade sincera para impor limites.
Os teóricos da psicologia são prodigiosos em suas capacidades de discordar.
Não obstante, há uma ampla concordância entre eles de que ao nascer o bebê vive um clima afetivo de onipotência pré-pessoal. Neste ponto, concordariam Freud, Piaget, Jung, Reich, Koestler, Wilber.
E concordariam também que desenvolvimento implica a idéia de se sair de um estágio mais egocentrado para um estágio mais inclusivo e, portanto, menos egocentrado.
Um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento humano é o reconhecimento de que não somos o centro do Universo, que existe o outro. Que existe a alteridade. Que existem limites à minha pretensão.
O desenvolvimento humano se dá na interação social. O bebê - psicologicamente - não nasce humano, se faz humano no convívio social: os meninos-lobos são uma prova eloquente desta afirmação.
Quando o bebê morde o seio da mãe e a mãe reage, retirando o seio, ela está estabelecendo um limite.
Ela está, neste ato, propiciando ao bebê uma oportunidade para que ele saia de seu sono pleromático e comece sua jornada rumo ao desenvolvimento.
Estabelecer limites é uma obrigação dos pais ou responsáveis, para que o bebê, a criança e o jovem possam tornar-se pessoa.
Na Prática
1. Limites são regras ou normas de conduta que devem ser passadas para a criança desde a mais tenra idade.
2. Visam mostrar o que se pode e o que não se pode fazer. Ensinam, também, que devemos respeitar o outro, facilitando a socialização.
3. O estabelecimento de limites cabe - principalmente - aos pais, familiares e professores. É importante que a pessoa que apresenta os limites esteja bem consigo mesma - Rogers diz: que esteja em um "acordo interno" - na hora da ação educativa.
4. Se um limite estabelecido amorosa e claramente não é respeitado, é importante que exista uma punição proporcional à gravidade do ato cometido pelo educando. Exemplos de punições: não ir a um passeio que ela gosta, ficar um dia sem TV ou computador. Nada de agressão física ou moral.
5. É importante esclarecer a distinção entre o "estabelecimento de limites" e a "repressão". O primeiro se impõe através da punição; o segundo através da culpa. O primeiro age sobre os atos; o segundo sobre a pessoa. A pessoa não deve se sentir culpada pelos seus atos, mas responsável por eles. O limites são saudáveis porque estão focados nos atos e não, desvalorizando a pessoa.
6. A ausência, excesso ou rigidez de limites não ajudam. O educando precisa de parâmetros. Ser assertivo é de fundamental importância.
7. Não coloque limites conforme seus desejos pessoais.
8. Demonstre que você e os demais adultos também têm limites a respeitar.
9. Diga qual punição a ser dada para cada limite ultrapassado e não deixe de executá-la.
10. Estabeleça punições brandas para atitudes brandas e punições menos brandas para atitudes mais graves.
11. Deixe claro que a punição é pelo ato e não pela pessoa.
12. Justifique os motivos do limite. "Não faça isso porque não quero ou não gosto" não é justificativa.
13. Repita quantas vezes for necessário.
14. Use sua autoridade sem provocar submissão, mal estar ou constrangimento.
15. Use da afetividade sincera para impor limites.
Caso você tenha uma dificuldade considerável no estabelecimento de limites, pode ser hora de procurar ajuda profissional.
Historinha Zen
Quando Mulla Nasrudin se iluminou, foi à praça da aldeia falar ao povo.
- Tenho boas e más notícias.
Após um breve momento de silêncio, continuou.
- A boa, é que Deus existe!
Oh! Exclamou a multidão.
Nova pausa, e um velhinho gritou: e qual é a má?
- Nós é que não existimos! - finalizou Mulla.
sábado, 8 de outubro de 2011
Existencialismo e morte
O tempo, a história e a civilização são filhos da morte. O Existencialismo nos alerta para isto.
Os incautos - temerosos - pensam que os existencialistas são mórbidos masoquistas.
E pensam que - em seus niilismos cultivados dia a dia - burlam a morte.
Não a burlam e nem a esquecem verdadeiramente, se quer por um minuto.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
O Cortiço
Hoje, estou finalizando a (re)leitura de "O Cortiço" - romance Naturalista/Realista do cartunista e escritor Aluísio de Azevedo.
Digo (re)leitura porque já o tinha lido na adolescência como tarefa escolar e, evidentemente, não havia gostado, entendido e nem aproveitado nada da obra.
Agora, mais maduro, pude desfrutar deste clássico, um livro fantástico, depois que você se acostuma com a sua linguagem deliciosamente esquisita para nossos padrões.
Publicado em 1890, se passa no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, em data indefinida, poucos anos antes da abolição da escravatura (1888).
Conta a estória de João Romão, um imigrante português sem escrúpulos; Bertoleza, uma escrava trintona amante de Romão; Jerônimo, um português abrasileirado no decorrer da trama, sua esposa, Piedade, e Rita Baiana, amante de "Jeromo".
Dezenas de outros personagens (muitos, impagáveis) desfilam na obra: Miranda (representante arquetípico de uma burguesia que se constituia); Pombinha (que protagoniza a primeira cena lésbica da literatura brasileira); Botelho (o sanguessuga de Miranda); Estela (a esposa infiel de Miranda); Libório (um octagenário vítima de Romão) e tantos, tantos outros: Zulmira, Firmo, Bruxa, Machona, Alexandre...
São, pelo menos, dezenas de personagens que podem atarantar o leitor apressado...
O próprio Cortiço é tratado, às vezes, como personagem, como um ente vivo:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de
portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma
assentada sete horas de chumbo.
Como que se
sentiam ainda na indolência de neblina as
derradeiras notas da ultima guitarra da noite
antecedente, dissolvendo se à luz loura e tenra da
aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em
terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera nos
coradouros, umedecia o ar e punha lhe um farto
acre de sabão ordinário. As pedras do chão,
esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns
pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez
grisalha e triste, feita de acumulações de espumas
secas.
É um retrato de nossas raízes: as lavadeiras, o pagode, a cachaça, a viola, a favela...
O Cortiço é uma favela. Uma das primeiras favelas brasileiras produzidas por gente como Miranda, Romão e Botelho.
Ao fim, reconheço os vários elementos descritos no livro na minha contemporaneidade, mais do que na minha infância, adolescência ou juventude (americanizadas e censuradas, em tempos de ditadura militar).
Um Brasil autêntico e assustador.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Nietzsche e Deus
Quando se diz que Nietzsche matou deus, diz-se uma meia verdade. Nietzche matou um certo deus (o julgador moral). Ressucitou outro: o Deus que é criativo. O Cosmos, neste sentido, não deve ser visto como um relógio (como querem alguns cientistas) ou como um tribunal (como querem alguns clérigos), mas como uma obra de arte. Trágica, é verdade. Mas, fundamentalmente, CRIATIVA.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Uma notícia bombástica (!?)
Clique para ampliar |
NOTÍCIA PUBLICADA EM FOLHA ON LINE EM 23/09/2011:
O Universo não é uma rodovia, mas estabelece um limite de velocidade que nada nem ninguém consegue violar: o da luz. Nada, a não ser partículas "fantasmagóricas" cuja jornada pode ter revolucionado a física.
As partículas são chamadas de neutrinos e foram observadas levando a "multa" cósmica por excesso de velocidade no Laboratório Nacional Gran Sasso, na Itália.
Num experimento bolado por cientistas europeus, esses neutrinos são
lançados do Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, LHC), que fica na
fronteira entre a Suíça e a França, rumo ao laboratório italiano,
percorrendo uma distância de 730 km por baixo da terra.
Acontece que, segundo a equipe do físico Antonio Ereditato, as partículas concluíram sua jornada 60 nanossegundos (bilionésimos de segundo) antes do que deveriam caso a velocidade da luz tivesse sido respeitada. "Ficamos chocados", disse Ereditato à revista "Nature". Se o experimento estiver certo, cai por terra uma das ideias fundamentais do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), justamente o responsável por consolidar a ideia de que nada no Cosmos seria capaz de viajar mais rápido do que a luz. COBRANDO A MULTA Einstein demonstrou, entre outras coisas, que o Universo cobra a multa por excesso de velocidade fazendo com que a massa (o que se chama popularmente de "peso") de um objeto pareça ficar cada vez maior conforme ele se aproxima da velocidade típica da luz no vácuo. Isso faz com que se torne mais e mais difícil acelerar o objeto apressadinho. Quando chega muito perto da velocidade-limite, fica tão "gordo" que a aceleração deixa de ocorrer e ele nunca se torna mais rápido que a luz. Se os neutrinos realmente estão quebrando essa regra, será mais um item no arsenal de esquisitices dessas partículas. Eletricamente neutras (daí o nome), elas também são "fantasmagóricas" porque quase não interagem com a matéria. Mais de 60 bilhões deles, vindos do Sol, atravessam cada centímetro quadrado do seu corpo por segundo. "Vários fenômenos estranhos, não previstos pelo Modelo Padrão [a versão mais aceita da física de partículas], têm sido observados com os neutrinos", lembra João dos Anjos, pesquisador do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) que estuda as partículas. Ele disse não conhecer o trabalho de Ereditato. Por enquanto, a reação da comunidade científica é de cautela. Não é a primeira vez que neutrinos parecem romper a barreira teorizada por Albert Einstein, mas a coisa nunca foi confirmada. E as observações consideradas o padrão-ouro da área, que envolveram o monitoramento dos neutrinos "cuspidos" por uma estrela que explodiu e foi vista da Terra em 1987, não são consistentes com a anomalia. Ereditato e companhia, no entanto, dizem-se confiantes. Outros pesquisadores tentarão confirmar o fenômeno". |
(Fonte: Folha on line) |
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Breve nota sobre um sono reparador
À parte de tudo o que se sabe - de cor e salteado - sobre como desfrutar de um sono reparador, o que tem escapado à maioria dos especialistas?
Primeiro vamos resumir, brevemente, o que é necessário para se ter uma boa noite de sono, e que todo mundo já sabe. Depois eu falo da novidade.
1. O dia e o começo da noite são próprios para a ação; o final da noite e a madrugada, para o sono. Então, aproveite o dia e o começo da noite para empreender atividades intelectuais e físicas.
O final da noite e a madrugada, reserve para o sono.
2. O álcool, o cigarro e as outras drogas são os principais inimigos do sono. E da vida.
3. Estabeleça horários - e uma rotina - de modo que possa desfrutar de oito horas de sono.
Assim, se você acorda às sete horas; deverá deitar-se às 23:00, por exemplo.
Isto vale de segunda a segunda...
4. Leia durante uma hora, imediatamente antes de se deitar.
5. O ambiente para o sono deve ser ESCURO e SILENCIOSO. Nada de TV ligada...
Agora, a novidade:
Para dormir o cérebro precisa se desligar parcialmente. E para se desligar parcialmente o cérebro precisa de energia. Essa energia vem do oxigênio.
Assim, dadas as condições relacionadas no item I, devemos proceder deste modo.
1. Desistimular o fluxo de pensamento. Isso se faz mediante a focalização da mente no ato de respirar e até na contagem da respiração.
2. A respiração deve ser constante, profunda e natural. Isto porque o que importa aqui é o efeito cumulativo. É este efeito cumulativo quem vai elevar o nível de oxigênio do cérebro, permitindo que ele se desligue, para uma boa noite de sono. Caso você se distraia, retome o processo do início.
Simples assim.
Eu, que tinha um sono irregular, hoje, raramente chego a contar 30 respirações, antes de adormecer profundamente.
Espero que funcione com o leitor.
Caso não funcione, pode significar que a pessoa esteja com um alto nível de ansiedade, o que aponta no sentido de se buscar ajuda profissional.
I
Primeiro vamos resumir, brevemente, o que é necessário para se ter uma boa noite de sono, e que todo mundo já sabe. Depois eu falo da novidade.
1. O dia e o começo da noite são próprios para a ação; o final da noite e a madrugada, para o sono. Então, aproveite o dia e o começo da noite para empreender atividades intelectuais e físicas.
O final da noite e a madrugada, reserve para o sono.
2. O álcool, o cigarro e as outras drogas são os principais inimigos do sono. E da vida.
3. Estabeleça horários - e uma rotina - de modo que possa desfrutar de oito horas de sono.
Assim, se você acorda às sete horas; deverá deitar-se às 23:00, por exemplo.
Isto vale de segunda a segunda...
4. Leia durante uma hora, imediatamente antes de se deitar.
5. O ambiente para o sono deve ser ESCURO e SILENCIOSO. Nada de TV ligada...
II
Agora, a novidade:
Para dormir o cérebro precisa se desligar parcialmente. E para se desligar parcialmente o cérebro precisa de energia. Essa energia vem do oxigênio.
Assim, dadas as condições relacionadas no item I, devemos proceder deste modo.
1. Desistimular o fluxo de pensamento. Isso se faz mediante a focalização da mente no ato de respirar e até na contagem da respiração.
2. A respiração deve ser constante, profunda e natural. Isto porque o que importa aqui é o efeito cumulativo. É este efeito cumulativo quem vai elevar o nível de oxigênio do cérebro, permitindo que ele se desligue, para uma boa noite de sono. Caso você se distraia, retome o processo do início.
Simples assim.
Eu, que tinha um sono irregular, hoje, raramente chego a contar 30 respirações, antes de adormecer profundamente.
Espero que funcione com o leitor.
Caso não funcione, pode significar que a pessoa esteja com um alto nível de ansiedade, o que aponta no sentido de se buscar ajuda profissional.
sábado, 10 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
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